fbpx

Entendido como fiscal no começo, o consultor é hoje um aliado de arquitetos, sistemistas e fabricantes.

Para falar da evolução do papel do consultor de esquadrias até hoje, não podemos esquecer de como foi o começo de tudo, que remonta ao final dos anos 1980. O consultor, antes de mais nada, era um fiscal, atuando na aprovação dos projetos e inspeção da fabricação e a instalação das esquadrias. 

No início, houve forte resistência da cadeia de produção para o enquadramento em normas vigentes. Foi preciso muito esforço para quebrar paradigmas e convencer o mercado que todos poderiam ter ganhos com os serviços de consultoria em esquadrias. 

Na busca dos melhores resultados em um projeto, é fundamental que o envolvimento do consultor em esquadria ocorra logo no início, ou seja, no momento de sua idealização nos escritórios de arquitetura.

Há um trabalho importante que se inicia com os arquitetos e demais projetistas que estão envolvidos, sejam os de estruturas de concreto e metálicas, passando pelos de revestimentos de fachadas, de vedações, impermeabilização, ar-condicionado, conforto, certificação, até os bombeiros. O nível de interação com esses profissionais deve e precisa ser bem elevado para que todos estejam na mesma base de conhecimento e especificações do projeto.

A interação

Ao colocar todos numa mesma mesa, nesse primeiro momento, o seu objetivo é pensar o projeto como um todo, permitindo a inserção das esquadrias de forma harmoniosa na obra. De um lado, é preciso atender às características estéticas e funcionais do projeto arquitetônico, de outro, os requisitos normativos, priorizando a viabilidade construtiva do projeto em questão.

Ele leva para as discussões as qualificações técnicas necessárias para o desenvolvimento do projeto de esquadrias e vidros. Essas diretrizes são mandatórias para as demais áreas, porque vão representar a imagem do edifício, por isso devem ser respeitadas e acatadas por todos. Muitas vezes, os croquis e estudos iniciais apresentados pelo consultor vão exigir alterações em outros projetos da obra para a viabilização do projeto.

Para interagir com essa equipe multidisciplinar e chegar às melhores soluções, é fundamental que o consultor tenha uma ampla formação. Não basta conhecer os sistemas de esquadria e montagem de perfis de alumínio, ele deve ter um bom conhecimento sobre as outras disciplinas, que incluem as de concreto, vedações, metálica, e assim por diante. Além disso, deve saber como tudo funciona, como o prédio será construído, as tolerâncias admissíveis. 

Somente com uma boa bagagem o consultor terá condições de visualizar o projeto como um todo, percebendo como as esquadrias vão interferir nos demais serviços e vice-versa.

O projeto de esquadrias

Nessa etapa do trabalho do consultor é gerado o Projeto Executivo de Esquadria. Nele estão representados os conceitos construtivos, as especificações dos materiais e dos vidros para todas as tipologias de esquadrias. Podemos dizer que o Projeto Executivo de Esquadria define um produto, aquele que será o mais adequado para o empreendimento.

Para o cliente, o Projeto Executivo de Esquadria representa segurança nos aspectos construtivos normativos, estéticos e de contratação. Para os fabricantes pode significar economia e eficiência, porque receberão as soluções técnicas já resolvidas, terão a possibilidade de visualizar a proposta integral e com isso quantificar com precisão os materiais necessários. São elementos que o fabricante poderá usar para formatar a melhor proposta, ou para a elaboração de seu projeto executivo, caso vença a licitação e seja contratado.

Em muitos casos, a consultoria tem como principal escopo de seus serviços a entrega do Projeto Executivo. No entanto, a sequência nas etapas seguintes cerca o empreendimento com maior nível de garantias na manutenção da qualidade de todo o projeto.

Apoio ao construtor 

Com o produto definido em mãos, a construtora que está executando a obra terá que fazer a contratação do fabricante de esquadria. Nesse momento, o consultor orienta seu cliente, avaliando e indicando a melhor proposta técnica para aquele produto.

Após a contratação do fornecedor de esquadria, o consultor analisa o projeto de fabricação apresentado por ele. O objetivo aí é verificar se os conceitos construtivos definidos anteriormente foram assimilados e estão sendo mantidos. Além disso, é hora de analisar as informações sobre os materiais empregados e compatibilizar com o projeto de arquitetura atualizado.

Uma vez aprovado o projeto, é dado sinal verde para a aquisição dos perfis de alumínio e demais materiais que permitam o início da fabricação das esquadrias. Esse projeto servirá, posteriormente, de referência para a realização das inspeções pelo consultor.

Outra atuação importante do consultor é acompanhar a fabricação e a instalação das esquadrias na obra. Isso porque nessas etapas se encontram os maiores riscos, capazes de comprometer o resultado desejado em termos de qualidade e eficiência, ainda que se tenha definido inicialmente um ótimo produto. São muitas variáveis que precisam ser acompanhadas, em relação aos materiais empregados, ao prazo de execução, à mão de obra empregada, à logística, e à própria execução dos serviços civis.

Qualquer descuido na administração desses aspectos pode implicar em problemas de acabamento, de vedações e até mesmo de segurança nas esquadrias. Neste contexto, o consultor e sua equipe de supervisão técnica deve atuar de forma preventiva e frequente. Seja junto ao fornecedor das esquadrias, seja junto à equipe de produção da obra. O objetivo é sempre o de assegurar a qualidade e eficiência definidas no projeto.

Importância em toda cadeia

Não há como questionar a contribuição do consultor no desenvolvimento do segmento de esquadria de alumínio e vidro nos últimos anos, e a importância de se papel nos dias de hoje.

O consultor acaba sendo o agente que recebe dos incorporadores e arquitetos grande parte das demandas por produtos e tendências tecnológicas, estéticas e normativas que deverão ser implementadas nos futuros projetos.

A partir daí ele compatibiliza as informações com o objetivo de viabilizar de forma consistente essas necessidades, busca soluções junto aos sistemistas, fornecedores de acessórios e produtores de vidros, entre outros. Em algumas situações especiais ele desenvolve as soluções técnicas internamente ou em parceria com alguma empresa desses diferentes setores.

Ao realizar esse trabalho, que não se limita simplesmente à escolha de um sistema, mas sim à especificação de um produto completo que atenda a todos os requisitos com o melhor desempenho possível e o melhor custo benefício, o consultor levas as expectativas dos clientes para o mercado e aproxima as empresas.